Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a calvície feminina é
tão comum quanto à masculina, sendo chamada de Alopecia Androgenética Feminina
ou Padrão Feminino de Calvície (FPHL, female pattern hair loss). Assim
como nos homens, há transmissão genética, apesar de haver história familiar
positiva somente em 20% dos casos.
Sabe-se também que existem outras causas
para a calvície feminina, além da genética, como fatores hormonais e ambientais.
Atinge uma ampla faixa etária e causa grande impacto negativo na qualidade
de vida das mulheres.
Chega a atingir 50% das mulheres em alguma fase da
vida, mais frequentemente a partir da menopausa, mas pode atingir jovens,
mesmo antes dos 30 anos. Como na maioria dos casos não há associação com
níveis elevados de andrógenos, o termo alopecia androgenética vem sendo
cada vez menos utilizado.
Durante a avaliação da paciente, motivos transitórios de queda de cabelo
devem ser excluídos como anemia, regimes para emagrecer intensos, alterações
hormonais, doenças da tireoide, estresse, entre outros.
Alguns fatores desencadeantes são: desordens hormonais de diversos tipos,
podendo ser início ou interrupção do uso de anticoncepcionais, pós-parto
e menopausa.
O excesso de testosterona na mulher pode causar queda de cabelo,
acne, seborreia, distúrbios menstruais, hirsutismo, virilismo, hipertrofia
muscular e hipertrofia de clitóris.
Os hormônios femininos protegem a mulher da calvície, fazendo com que
a mesma seja menos severa, e com uma apresentação diferente.
Normalmente
a linha frontal de cabelos é preservada, e a calvície se manifesta no topo
da cabeça. A principal queixa da paciente é conseguir ver o couro cabeludo
através dos cabelos.
O início da calvície é na linha média de repartição dos cabelos, e vai
aumentando lateralmente.
A classificação mais antiga, feita por Ludwig,
é graduada em três níveis, sendo adaptada por Sinclair para cinco níveis.
Na classificação de Olsen, a rarefação capilar fronto-parietal é em forma
de “árvore de natal”, cuja base está na linha de implantação frontal do
cabelo. Savin classificou em 9, e algumas mulheres (cerca de 20%) apresentam
o padrão parecido com o masculino, que segue a classificação de Hamilton-Norwood.
Mais recentemente um colega brasileiro propôs uma classificação, mais abrangente,
e a publicou em revistas científicas, sendo também de muita valia para
nós profissionais que tratamos da calvície
Veja imagens:
A calvície pode ter início em qualquer idade, porém é mais frequente em
indivíduos jovens, e tende a aumentar com o passar dos anos. Normalmente
quanto mais cedo é o início, maior será a área acometida. A evolução é
lenta e gradual, podendo ser de forma irregular, sendo mais rápida em algumas
épocas da vida e mais lenta em outras. Após os 50 anos, a evolução torna-se
mais lenta e homogênea.
A calvície androgenética masculina, ou calvície padrão masculino, tem
causa genética, e depende do hormônio masculino. É a testosterona, que
sob a ação da enzima cinco alfaredutase, é convertida em di-hidrotestosterona
(DHT), que gera atrofia e miniaturização dos fios. Isto ocorre nas áreas
do couro cabeludo sensíveis a DHT, como a parte frontal e vertex.
Geralmente inicia-se com aparecimento de entradas, que se acentuam, até
rarefação no vertex e na junção entre as entradas. Quem tem a predisposição
genética, o grau de calvície vai aumentando, e sem tratamento a pessoa
vai ficando cada vez com menos cabelo. A classificação da calvície masculina,
de Hamilton-Norwood, vai até o nível sete, onde resta apenas uma tira de
cabelo em couro cabeludo, em forma de ferradura. Vai desde uma forma mais
branda, até uma forma acentuada.