A área doadora é a região que doará os fios a serem transplantados para
a área receptora calva. Ela é uma fonte finita e esgotável, ou seja, a
cada cirurgia ela se torna menor. Está localizada no couro cabeludo da
região occipital e temporal da cabeça. É a área que não está sujeita, geneticamente,
a ação hormonal (DHT: Dihidrotestosterona), responsável pela miniaturização
e consequente queda capilar.
O resultado da cirurgia de transplante capilar depende da qualidade
da área doadora. E sua qualidade depende da quantidade (A) e qualidade
(B) dos fios presentes, bem como de sua própria elasticidade (C).
A) Quantidade de fios presentes. Uma área doadora com mais fios apresenta
maior densidade capilar. Quanto maior a densidade capilar, maior a quantidade
de enxertos que serão obtidos para enxertia. Na área doadora, há uma quantidade
de unidades foliculares (UF) por centímetro quadrado. As unidades contêm
de um a quatro fios. Portanto quanto maior o número de UF (mais próximas
forem umas das outras) e maior o número de fios por UF, mais material será
obtido para a enxertia. A densidade capilar pode variar de 50 a 100 UF/cm2.
B) Qualidade dos fios presentes. Dependendo da sua qualidade, os
fios podem gerar maior ou menor volume. Fios com menor diâmetro (finos)
geram pior resultado que fios grossos. Fios crespos e encaracolados preenchem
melhor, valorizando o volume.
C) Elasticidade. Quanto maior a elasticidade da pele na região da área
doadora, mais largo será o fuso de pele removido, e, consequentemente,
maior o número de unidades foliculares será obtido. Este local não pode
ser suturado com tensão, pois aumenta o risco de abertura local (deiscência)
e até alargamento cicatricial.
É a área calva que receberá as unidades foliculares retiradas da área
doadora. Uma área receptora de calvície cicatricial secundária, como ocorre
após um trauma, queimadura ou radioterapia, pode apresentar menor porcentagem
de pega dos enxertos, por déficit circulatório local, mas mesmo assim os
resultados geralmente são bons.
Em pacientes com calvície genética, além do grau da calvície, fatores
como idade, velocidade de progressão (ou calvície estabilizada) e
histórico familiar são importantes. Isto porque a calvície genética é progressiva,
e pode haver forte tendência de evolução, às vezes até rapidamente.
Neste caso, o tratamento clínico é imperativo, além de um estudo
adequado de posicionamento da linha anterior na área receptora, que nunca
pode ser baixa.